sexta-feira, 28 de abril de 2017

A coluna vertebral não deixa



Estou com fortes dores lombares, ainda sem diagnóstico preciso. O sentar-se e o escrever me causam grande desconforto, razão pela qual deixo de publicar meu artigo desta sexta-feira. Espero voltar a fazê-lo já na próxima sexta, a depender dos exames médicos em andamento.

Abraço meus queridos leitores. Até breve!

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Políticos Cientistas



Políticos profissionais, políticos empresários, políticos religiosos, ... . No geral, eles são alheios às carências materiais das populações e às sensibilidades da natureza, levando-nos à bancarrota social e ambiental. Não é questão de pessimismo exagerado: é o alerta da ciência. O Homo Sapiens cava sua própria extinção, não douram a pílula os cientistas.

Urge então que o Saber passe a ter influência efetiva sobre os Poderes, o que será difícil de acontecer enquanto os cientistas em maioria permanecerem confinados em seus laboratórios. Felizmente, a opinião pública começa a pressionar para a entrada em cena de uma nova e indispensável classe política, os políticos cientistas. 22 de abril é O Dia da Terra.  Neste próximo, haverá a Marcha em Prol da Ciência: milhares de cidadãos se manifestarão para demonstrar seu comprometimento com as verdades cientificas -- o auge deverá ser a capital norte-americana, Washington; entretanto, 514 outras cidades de 54 países engrossarão a marcha. Ecoará pelo mundo o apelo ao engajamento dos cientistas na política: esperança de uma profunda e não tardia mudança de comportamento da governança global em favor do Homem, da Natureza e da valorização da pesquisa científica.

Governos ameaçam a ciência de diversas formas: restrições orçamentárias, censura aos pesquisadores e relegação a último plano de agências de fomento à pesquisa. O caso de censura mais escancarado vem da Rússia. A eleição à Academia de Ciências foi anulada por pressão da alta cúpula do governo Putin. Motivo: os três candidatos propugnavam, em uníssono, por uma direção científica independente e autônoma.

A ciência também padece dos efeitos deletérios de políticas governamentais seja irracionais seja xenófobas. O governo Trump toma medidas de sabotagem dos acordos de Paris visando à redução das emissões de gases de efeito estufa, comprovadamente as responsáveis principais pelo aquecimento global. Por outro lado, a pretendida interdição de entrada nos Estados Unidos de cidadãos de diversos países trará significativos prejuízos à pesquisa, protestam numerosas organizações científicas. Declara Rafael Reif, presidente do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o icônico MIT: "Pouco importa ser paquistanês, somaliano ou de onde for, os cientistas consideram do mais alto proveito o intercâmbio entre pesquisadores". James Appleby, dirigente da Sociedade Norte-americana de Gerontologia: "Uma boa parte das grandes descobertas são o fruto da colaboração entre pesquisadores do mundo inteiro".

As condições estão postas para que os cientistas entrem resolutamente na política, e eles começam a fazê-lo. (1) Em dezembro último, 400 pesquisadores percorreram ruas de São Francisco por ocasião da conferência da Associação Geofísica Norte-Americana, para dizer não à política de Donald Trump de menosprezo das mudanças climáticas. (2) Bill Foster é um físico norte-americano convertido à política: "No domínio da ciência, se alguém diz qualquer coisa que não é comprovadamente verdadeira, é o fim de sua carreira. Ao contrário, é perturbador ver os políticos tão pouco preocupados com os fatos reais. A política precisa voltar a ser crível". (3) A associação californiana Ação 314 -- a denominação é em referência ao número matemático p -- congrega cientistas, Ela é um foro de discussões com o objetivo de incentivar os homens e mulheres de ciência a engajar-se na política. (4) Para Aaron Parsons, especialista em radioastronomia da Universidade de Berkeley - Califórnia, os cientistas têm o dever de tomar a palavra: "Os políticos vieram nos provocar. Chegou a hora de dar-lhes resposta". (5) E não nos esqueçamos das grandes manifestações políticas programadas para o Dia da Terra.

Posso estar enganado, e espero estar, mas parece que o Dia da Terra passará em branco no Brasil. Lamentável.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Os Cidadãos Caetano & Gil



Os simbióticos baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil -- "Caetano & Gil" é sugestivo da simbiose -- são minhas referências da música popular brasileira [completadas com Noel Rosa, Luiz Gonzaga e Chico Buarque]. Mas não é do artista que aqui trata-se, e sim do cidadão. Como pensam as brilhantes, férteis e argutas cabeças de Caetano & Gil face a variadas dimensões do viver humano? Vai-se a esboços de resposta, baseados principalmente em recente entrevista de Caetano & Gil ao jornal Folha de São Paulo.

O jeito Caetano & Gil de comunicar. 
Caetano leva a dialética ao paroxismo. Suas 'verdades' quase sempre admitem a negação delas. Emblemáticas disso são suas frequentes frases terminando por "..., ou não!".  

O jeito de falar baiano é geralmente volteado, estilo rococó -- baianêsGil costuma se expressar em baianês rococó (ou em exagero de baianês). Soa delicioso, mesmo  que às vezes disperse o entendimento. 

Religião. 
Caetano se considera ateu, ou não! Faz um sinal da cruz quando um avião manobra para decolar. Suas residências em Salvador e Rio de Janeiro exibem fotos ampliadas de imagem de N. S. da  Purificação (padroeira da cidade natal, Santo Amaro da Purificação). As superstições ajudam a aguentar o total descontrole do futuro. Em comum com a filosofia, as grandes religiões são esforços humanos para encarar nossa frágil condição. Ao mesmo tempo que adora o ateísmo! Louvação do Ser terreno, e reação à hipocrisia dos 'religiosos'.

Gil é agnóstico. Bem que tenta acreditar em Deus, porém não é empreitada fácil: "Se eu quiser falar com Deus tenho que caminhar decidido pela estrada, que ao findar vai dar em nada ["nada" repetido treze vezes] do que eu pensava encontrar" (de sua composição Se Eu Quiser Falar com Deus). Deus é tudo aquilo que está fora de nosso alcance. O que Deus precisa é se livrar das religiões, as quais tentam manipulá-lo até à selvageria. "Nietzsche dizia que Deus está morto. Caetano disse que Deus está solto. Tô com Caetano".

Política e Economia.
Caetano, implacável com a esquerda. Dilma é medíocre, seu governo foi péssimo. O ingênuo plano Dilmantega (Dilma + Guido Mantega, Ministro da Fazenda) levou o país ao buraco. Lula usa e abusa do PT. A esquerda é conservadora, incapaz e preguiçosa. As revoluções que deram sempre em autocracias. A aleivosia pequeno-burguesa de que a classe média é o inimigo.

Caetano também não é nada condescendente com o atual governo, que ele diz "golpista". O discurso das reformas de Temer é o pouco a pouco e a prazos longuíssimos. Agradaria somente aos poucos que já têm relativamente muito.

Gil, carregando no baianês rococó. A dimensão política está minada. O que manda mesmo no mundo é o afã do materialismo.

Sobre a guinada conservadora.
Gil busca as causas raízes do fenômeno neo-conservador. Os magnos lemas das grandes revoluções -- Liberdade, Igualdade, Fraternidade -- perdem para o materialismo embrutecedor. Acumulação de riquezas em detrimento da distribuição. Cada vez mais consumo, ostentação e luxúria. (Outra vez, Gil imerge no baianês rococó.)

Caetano é todo objetividade. Temer é anacrônico, lembra um político dos idos de 1953. Trump é o pop retrógrado.

A tropicália brasileira. Os nordestinos têm veneração por Lula, enquanto namoram Jair Bolsonaro (nosso imitador de Donald Trump, ainda mais assustador do que o original). Fernando Henrique Cardoso é cada vez mais visto no mundo de Renan Calheiros e Romero Jucá.

Filosofia e antropologia. Para Caetano, "As Palavras", de Jean-Paul Sartre, é o melhor livro já escrito. A efusão da liberdade nos textos de Sartre e Simone de Beauvoir ecoa em seu espírito. Aprende também a superar novas dificuldades existenciais com o antropólogo brasileiro Eduardo Viveiros de Castro. (Alguns ensaios antropológicos de Viveiros de Castro: "O Medo dos Outros", "A Inconstância da Alma Selvagem" e "Há Mundo por Vir?".)

Homossexualidade e homofobia. "Hoje, o  que mais penso é em como a homofobia de Oswald de Andrade não me causou repulsa, enquanto tudo que há de veado em Mário [de Andrade] nunca me atraiu" - Caetano. (Oswald de Andrade e Mário de Andrade -- sem parentesco -- foram os principais intelectuais do Movimento Modernista brasileiro, agitação cultural ocorrida na primeira metade do século passado.)

Ser ou não ser literato. Caetano incursionou fugazmente pela literatura com a publicação, faz vinte anos, de "Vereda Tropical". É um misto de livro de memórias, autobiografia e ensaio. Com tanta mistura, resultou em uma obra confusa, que não pegou. Caetano honestamente o reconhece, e afirma: se fosse para uma nova edição -- coisa que não o anima e que não está nos planos do editor --, ele revisaria praticamente tudo.

A arte e a cidadania de Caetano & Gil fazem bem ao Brasil. Longa vida a eles!

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Os Filósofos, Onde Estão



A crise da humanidade não é só política e econômica: é de ideias, a crise mãe de todas. E quando é mister amparar-se de filosofia, recorre-se de imediato a pensadores franceses, como não? As Lumières brilharam na França como em nenhuma outra parte. Descartes, Voltaire, Diderot e Rousseau despertaram o mundo todo para as ideias universalistas, progressistas e racionais. A Revolução Francesa foi o farol para os libertadores do planeta inteiro. Mais recentemente, ao longo dos três primeiros quartos do século XX, os intelectuais franceses  -- de Jean-Paul Sartre e Camus a Jacques Derrida e Pierre Bourdier -- explicaram como ninguém a conturbação das guerras mundiais, a impulsão e as fissuras dos comunismos, o ocaso do colonialismo. Sempre aprofundando e iluminando, cada um a sua maneira, os valores implícitos da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Filósofos da esperança, malgrado tanto horror.

Nossa época  -- último quarto do século XX e começo do século XXI -- é terrível porque engendra a desesperança e o vazio existencial. A trindade universalista  e progressista Liberdade-Igualdade-Fraternidade parece agora um dístico morto. Apoiar-se em quem, para compreender e reagir? Bernard-Henri Lévi? É o filósofo da desconstrução dos [grandes] filósofos, como se errar (às vezes, até muito) não fosse humano. Não, este intelectual da negação é infecundo.

Sudhir Hazareesingh é membro da Academia Britânica,  historiador e especialista em história política da França. Ele aponta duas causas principais da decadência da filosofia francesa: o descrédito dos regimes comunistas e a tecnocracia*,

Os grandes pensadores franceses do século XX eram majoritariamente de esquerda não-comunista. Mas não resta a menor dúvida de que a derrocada do regime soviético desconcertou, e como. As ideias mestras da esquerda francesa nunca deixaram de ser subjacentes aos princípios marxistas. Com a mesma velocidade da implosão do comunismo na Rússia e na Europa Oriental, as certezas se esboroaram. Sobrou o compromisso republicano, todavia um conceito de república sem significados precisos, salvo o patriotismo. Perigosa brecha para uma aproximação, ao menos retórica, com o nacionalismo populista e intolerante de extrema direita. Universalismo em baixa. Quais intelectuais contemporâneos ocupam a nova cena do nacionalismo republicano? Alain Finkielkraut, Renaud Camus, Florian Philippot. Este último é o guru de Marine Le Pen (sic). Eles todos destoam da grande tradição generosa e racional da filosofia francesa clássica e moderna (isto é, até Jacques Derrida e Pierre Bourdier). Felizmente por certo, são ilustres desconhecidos fora do cenário francês.

A maioria da elite intelectual francesa é egressa da Escola Normal Superior (ENS), a veneranda instituição do saber humanístico. Sartre, Foucault, Bourdieu e Derrida são todos normalistas. A ENS entrou em declínio por decisão política do Estado francês. Desde o advento da Quinta República de Charles de Gaulle (1958), as cabeças mais brilhantes têm se orientado para as instituições tecnocráticas doravante mais prestigiadas, tais como a Escola Politécnica e a Escola Nacional de Administração. Uma espécie de transição tecnocrática quanto à formação da intelectualidade. (Ressalte-se que a pretensa incompatibilidade humanismo vs. tecnocracia não resiste aos fatos. Por ininterruptos trinta anos desde o fim da segunda guerra mundial, a França viveu o apogeu de seu crescimento econômico -- Os Trinta Gloriosos. Da mesma forma, trinta gloriosos anos da ENS.)  Alto e bom som, a tecnocracia usurpou a filosofia. Quem lê filosofia francesa contemporânea?

A cultura universalista e prospectiva -- especificidade francesa -- se retrai. Passa a prevalecer a visão americana ou anglo-saxã do mundo: desnudada de componente inquiridor, centra seus valores imediatos no poder político, na economia de mercado e no individualismo. Humanidade sem filosofia, ilusões perdidas.


*- Entrevista concedida ao jornal online londrino Spiked -- spiked.com --, publicada em 01/02/2017.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Concentração de Renda no Mundo Desenvolvido



A crise econômica mundial se aprofunda, com o crescimento das desigualdades infestando também os países desenvolvidos. Resultado de políticas econômicas socialmente desastrosas por parte da governança global, aferrada a conceitos ortodoxos de (injusta cobrança de) mais impostos e de cortes de despesas públicas essenciais. O tema do artigo é justamente a concentração de renda no mundo desenvolvido.

Nada clarifica melhor do que estatísticas. A métrica é o Coeficiente de Gini, que mede a repartição de riquezas em uma dada economia, da igualdade perfeita (valor 0) à desigualdade total (valor 1). Foi definido em 1912 pelo sociólogo italiano Corrado Gini (1884-1965). O quadro abaixo mostra a evolução das desigualdades de renda em países desenvolvidos, no período 1985-2010, aferida pelo Coeficiente de Gini.
Observe-se em primeiro lugar a grande e crescente deterioração social do conjunto China (Chine, em francês) - Hong Kong*, salvo um ligeiro decréscimo na China, a partir de 2005. O capitalismo estatal chinês, em aliança com os grandes empresários privados amigos do poder, faz água. Em seguida, vêm Alemanha (Allemagne), Suécia (Suède) e  Estados Unidos (États-Unis), os três países exibindo um acentuado aumento das desigualdades, a mais nos dois primeiros. A ordem melhor-pior país em 2010 é: Suécia, França (France), Alemanha, Reino Unido ((Royaume-Uni), Estados Unidos e China. Ainda em primeiro, a Suécia caminha célere para perder a posição, se mantidas as tendências.

Eis um eloquente exemplo da perda de renda dos trabalhadores norte-americanos. Há cinquenta anos, quando a General Motors era o primeiro empregador dos Estados Unidos, seus empregados, amparados por um sindicato forte, ganhavam o equivalente a 35 dólares atuais por hora. Hoje, o maior empregador é Walmart, e o assalariado da Walmart, sem sindicato, não ganha senão 9 dólares por hora. O que faz a falta que um bom sindicato! Como e por que os trabalhadores se desmobilizaram, taí um ótimo tema para estudo.

The Guardian de Londres, 11/09/2015. Em Baltimore ou Washington nos Estados Unidos, em Glasgow ou Newcastle no Reino Unido, a esperança de vida de uma criança nascida em um bairro pobre é inferior em vinte anos àquela de um rebento dos bairros ricos. A situação sócio-econômica e o estado de saúde são estreitamente ligados: os mais ricos podem esperar viver oito anos a mais (com boa saúde) do que o cidadão médio. (Sobre a queda da qualidade de vida na Alemanha, ver A Alemanha Vista de Dentro neste blog, em 08/05/2015.)

A França merece um destaque especial, positivo. É o único país desenvolvido em que a desigualdade diminuiu no período 1985-2010, com o coeficiente de Gini se mantendo estável desde o ano 2000. Um duro golpe nos detratores do estado providência, ou nos defensores do estado mínimo. A manterem-se as tendências de 2010, e tudo indica que sim, a França caminha para ser a sociedade mais igualitária dentre os países pesquisados.

Perdas para muitos, ganhos para uns poucos. Os miliardários surfam sobre a crise econômica "dos outros". O quadro em seguida é a classificação dos dez primeiros países por patrimônio líquido de seus miliardários. O 'enxerido' Brasil está aí, ocupando o sétimo lugar (seu coeficiente de Gini, na faixa 0,50-0,55, é bem pior do que o da China).

Dados dos miliardários de alguns destes países -- <número de miliardários, patrimônio líquido em % do PIB, patrimônio total em bilhões de dólares> --, em março de 2014: Estados Unidos <492, 13,9%, 2.300>; Rússia <111, 20%, 422>; Alemanha <85, 11,2%, 401>; China <152, 4,2%, 375>; Brasil <65, 8,7%, 192>; Índia <56, 10,9%, 192)>. Assustador.

O pesquisador Anthony Atkinson, da London School of Economics, não vacila em proclamar: "Restauremos o Estado Providência!". Apoia-se no mau exemplo do Canadá (sic): as restrições às políticas de redistribuição levadas a efeito pelos últimos governos conservadores explicam a permanência de taxas elevadas de pobreza no país, com mais de uma pessoa dentre oito vivendo com baixa renda. Mesmo Christine Lagarde, diretora do Fundo Monetário Internacional, estima que as desigualdades ameaçam a estabilidade do sistema econômico mundial. Bernie Sanders, aspirante a candidato à presidência norte-americana, apresenta-se com um programa carregado de tintas socialistas (!), empolgando destarte a grande maioria do eleitorado jovem do Partido Democrata. Alguns milionários norte-americanos até se oferecem para pagar mais impostos!

Torna-se evidente que o combate político dos próximos anos não terá a ver com esquerda vs. direita. Ocorrerá que os pobres e empobrecidos desafiarão as elites políticas e econômicas socialmente insensíveis. Movimento Occupy Wall Street, partido alternativo Podemos (Espanha) e Bernie Sanders são exemplos significativos: só mobilizações amplas forçarão a quebra dos paradigmas vigentes de desenvolvimento anti-social.

Enche o saco essa coorte de jornalistas econômicos, passionnés do grande capital financeiro, que tecem loas à 'recuperação' das economias dos Estados Unidos e da Alemanha, e desprezam a 'estagnação' da França e do Japão. Recuperação de quem, caras pálidas? Botai índice Gini em vossas análises!


*- Hong Kong aparece separada da China porque é uma província chinesa que ainda goza de autonomia administrativa frente ao poder central de Pekin.


Fonte das estatísticas - Courrier international, 05-11/11/2015.